Gestão de crises: agilidade, resposta e recuperação
Quando mecanismos normais de gestão falham, eles podem afetar diversas áreas de uma organização: operação, finanças, regulação, estratégia e segurança cibernética. Seja qual for o cenário, conhecer a anatomia da crise e estar preparado para tomar decisões é crucial para sair desse período com sucesso
Março | 2022Em meio a tantas demandas e diversas plataformas de comunicação, a realidade da maioria das pessoas que trabalham no meio corporativo mudou. Contudo, para aquelas que passaram pelo desafio de tomar decisões em meio às pressões do cotidiano, especialmente quando um evento de crise se materializa é preciso saber a importância de ter processos de gestão de crise robustos estruturados e atualizados.
Os indicadores da pesquisa da Deloitte “Cinco Pilares de Riscos Empresariais 2022” que analisou as percepções de 130 empresas que atuam no Brasil sobre os mais relevantes temas relacionados a gestão de riscos e crises – apontam que ainda há muito a ser feito para que as empresas alcancem um nível de maturidade e responsabilidade na cultura organizacional, principalmente em tempos de disruptura constante.
Segundo os resultados da pesquisa, 81% dos participantes afirmaram ter papéis e responsabilidades documentados para uma situação de crise. Isso significa que as empresas entendem minimamente que existem planos que descrevem estas atribuições. É importante observar que, certamente, há diferentes graus de maturidade entre as empresas entrevistadas, variando de um simples fluxo genérico para qualquer cenário de crise até um plano robusto contendo um modelo de governança bem organizado.
Por outro lado, 63% dos participantes afirmam realizar o monitoramento contínuo de potenciais cenários de crise. Aqui também há diferentes possibilidades, sobretudo com a adoção de ferramentas digitais preditivas, que vão além do tradicional clipping feito pelas áreas de comunicação.
Já 54% declaram que possuem método, controle e planos de gestão de crises para redução dos impactos de riscos. Isso significa que quase metade dos entrevistados não possuem estes itens – e este é um indicador que se relaciona com o ponto dos papéis e responsabilidades definidos citado previamente, no sentido de que se pode inferir que, de fato, uma parcela dos entrevistados possui apenas algo mais básico (e vulnerável) neste sentido.
Dos profissionais consultados, 28% indicaram ter processos para minimizar os cenários de crises – o que diz respeito sobretudo a implementação de um leque de procedimentos de resposta a incidentes e crises em suas variadas naturezas – operacionais, pessoas, reputação, meio ambiente, segurança de produto, jurídico e compliance. Dentro deste âmbito, uma boa integração de camadas considerando a continuidade de negócios, resposta às emergências e gestão de riscos também é fundamental.
Cinco Pilares de Riscos Empresariais 2022
Destaques da pesquisa que aborda gestão de crises
- 81% Definiram papéis e responsabilidades documentadas para uma situação de crise corporativa
- 63% Monitoraram continuamente os potenciais cenários de crises
- 54% Elaboraram método, controle e planos de gestão de crises
- 29% Realizaram simulados de crise nos últimos 24 meses
- 28% Investiram em processos para minimizar os cenários de crises
- 26% Desenvolveram treinamento da alta administração sobre cenários de crises
- 25% Fortaleceram a comunicação periódica sobre continuidade de negócios e crises
Capacitação para enfrentar riscos
Vinte e seis por cento das empresas entrevistadas apontam que realizam treinamentos da alta administração sobre respostas a cenários de crises. Além disso, é preciso pensar qual tipo de treinamento é efetivo e a frequência mais indicada para colocá-lo em prática. Ter uma estratégia forte e recorrente de treinamentos é muito importante, e manterá a empresa em constante melhora, com planos de ação que unem visão e prática. Isso evita também possíveis gargalos.
Quando se trata de comunicação periódica sobre as gestões de continuidade de negócios e crises, apenas 25% dos entrevistados afirmaram ter implementado essa prática em suas atividades – com destaque para o setor de serviços, atividades financeiras, holdings e seguros, infraestrutura e construção. Esse aspecto também se insere em um esforço cultural da organização que quer de fato estar sempre preparada. e mostrar um olhar atento, compromissado e maduro o suficiente para ter o assunto sempre na pauta.
Minimizando ameaças
No entanto, talvez um dos indicadores mais inquietantes do estudo seja que apenas 29% de entrevistados realizaram um simulado de crise nos últimos 24 meses – ou seja, em dois anos, apenas um simulado foi aplicado.
Refletindo nesse ponto, se a cada mês as organizações vivem reestruturações, saídas de profissionais, novas contratações, início de novos projetos e conclusão de ciclos, como afirmar que uma organização que não realiza pelo menos um simulado a cada seis meses está realmente preparada para períodos de disruptura? Essa pergunta deve ecoar no pensamento de pessoas executivas que desejam ser reconhecidas por uma liderança construtiva.
Para superar esses desafios, é preciso entender como priorizar o investimento para promover ganhos rápidos nas organizações. Ao mesmo tempo, de maneira complementar, realizar uma jornada para um programa completo e efetivo alinhado ao processo de gestão de riscos pode ser um diferencial. A estratégia mais certeira irá depender da cultura, do tamanho da organização e em que ponto da jornada atualmente ela se encontra. De toda forma, para encontrar uma melhor solução, é sempre recomendável que líderes e especialistas parceiros da organização aprofundem o conhecimento sobre o assunto com o objetivo de gerar uma tomada de decisão mais assertiva e no melhor tempo possível.
Acesse a pesquisa “Cinco Pilares de Riscos 2022” e conheça a abordagem da Deloitte para Gestão de crises
Ouça também o podcast da Mundo Corporativo sobre gestão de crises