Parte 3 – Qual seu espaço no novo ecossistema digital?
Leia a terceira e última parte do artigo da Deloitte Insights sobre o ecossistema digital e o impacto de inovações tecnológicas como analytics para as empresas de tecnologia, mídias e telecomunicações
Junho - Agosto | 2019Emergindo das tendências de primeira ordem, tendências de segunda ordem como “dados e analytics” e “segurança” estão ganhando destaque, ao passo que as empresas dentro do ecossistema digital dominam o ambiente de negócios digitalizado.
Dados e analytics
A utilização de big data e ciência de dados tornou-se uma necessidade competitiva. O surgimento de mídias sociais, digitalização, dispositivos conectados e sensores permite que grandes quantidades de dados de fontes diferentes – cada uma delas com um contexto único – possam ser reunidas e convertidas em conhecimento. Essas percepções com base em dados ajudarão as empresas a adaptar suas operações em termos do que é vendido, como é entregue, como capturar o excedente de mercado e como efetivamente atender a clientes e parceiros. Dependendo da demanda e do estoque, a Macy’s Inc. ajusta seus preços para 73 milhões de itens quase em tempo real. Usando dados de oferta e demanda por transporte, a Uber monetiza os horários de rush por meio de seu modelo de precificação de picos de demanda.
Estamos em um estágio inicial da evolução dos dados e analytics; com o tempo, veremos percepções mais precisas e quase em tempo real. A necessidade de obter tal conhecimento levou ao surgimento de plataformas de descoberta de dados – de fato, o cenário de mercado em mudança fez com que os fornecedores tradicionais de ferramentas de inteligência de negócios oferecessem suas próprias plataformas. Inspiradas pelo sucesso de modelos como serviço, várias empresas também começaram a oferecer analytics como serviço. A inovação, há muito tempo a força motriz na transformação de negócios, agora se materializa pela agregação e análise de dados para criar novos produtos e serviços.
O que isso significa para as empresas
Criando novas fontes de receita: As empresas financeiras e de telecomunicações podem adotar analytics avançado e tecnologias cognitivas para lidar com a abundância de dados de clientes já existentes para identificar oportunidades de receita. Além disso, elas podem explorar a venda de dados e as percepções relacionadas a terceiros, ao mesmo tempo em que abordam as preocupações com privacidade.
Racionalizar a estrutura de custos: As empresas têm a possibilidade de usar analytics para identificar ineficiências operacionais e reduzir custos, otimizando os processos da cadeia de suprimentos, o uso dos recursos disponíveis, a detecção de fraudes e a modelagem de riscos.
Aumentar a velocidade da adoção de tecnologia: Com o aumento do volume e da variedade de dados teoricamente disponíveis, mas não facilmente acessíveis para processamento e analytics, as empresas podem trabalhar para aumentar a adoção de recursos e soluções de big data, se elas se concentrarem na harmonização e preparação de dados provenientes ambientes distintos para seus clientes.
Segurança em redes, dispositivos, dados e infraestrutura de TI
O aumento da digitalização tornou as organizações vulneráveis a inúmeras ameaças à segurança, pois os crimes cibernéticos se tornam mais criativos e colaborativos. Embora as implicações monetárias e legais de tais violações sejam óbvias, a perda da confiança de clientes, funcionários e outros stakeholders pode ser uma preocupação mais profunda. Nos últimos anos, hackers atacaram diversos de varejistas, empresas de TMT e agências governamentais. Essas violações custaram terabytes de dados internos, milhões de dólares e uma parte importante da confiança de usuários e clientes.
As estratégias de segurança devem ir além dos sistemas de defesa independentes para incluir um espectro mais amplo de prevenção, detecção, resposta e recuperação. Muitos CIOs ainda acreditam que a segurança seja um grande obstáculo para a adoção de infraestrutura compartilhada, como serviços em nuvem. Além disso, as empresas não podem manter tudo seguro da mesma maneira. Portanto, eles precisam identificar e proteger os ativos mais valiosos e sensíveis ao risco.
O que isso significa para as empresas
Criar novas fontes de receita: À medida que o mundo se move em direção a uma infraestrutura mais compartilhada, as preocupações com segurança devem aumentar. As empresas podem oferecer serviços de segurança tanto como um diferencial competitivo quanto como um serviço pago dentro e fora do ecossistema digital.
Racionalizar a estrutura de custos: Uma segurança aprimorada pode ajudar as empresas a economizar custos decorrentes do roubo e da recuperação de dados. Também pode ajudar as empresas a minimizar as perdas decorrentes de interrupções nos negócios e danos à marca.
Aumentar a velocidade da adoção de tecnologia: As empresas que oferecem principalmente serviços devem investir no aprimoramento da segurança de suas soluções para atender às preocupações dos CIOs e incentivar o aumento da adoção das inovações tecnológicas.
A estrutura das três esferas — e o que vem a seguir
Com as inovações digitais impulsionando mudanças em todos os estágios dos negócios, de salas de diretoria a fábricas e lojas de varejo, as empresas de TMT enfrentam disrupturas sem precedentes – e também concorrência, pois os requisitos de investimento mais baixos reduziram as barreiras de entrada no mercado, facilitando que pequenas empresas e startups inovem, comecem seus negócios e cresçam.
Explicando as três esferas
Gráfico: Deloitte University Press | DUPress.com
Projetamos essa estrutura para tornar o ecossistema digital mais gerenciável e compreensível, ajudando a contextualizar sua empresa. Em suma, tentamos esboçar a natureza dinâmica e vibrante do ecossistema, as principais tendências que continuam a moldá-lo e o que isso significa para as empresas.
CRIAR NOVAS FONTES DE RECEITA – Empresas financeiras e de telecomunicações devem usar analytics avançado e tecnologias cognitivas para lidar com a abundância de dados de clientes, especialmente nos casos em que precisam fornecer percepções precisas e identificar oportunidades de receita. Além disso, elas também devem abordar questões de privacidade e de venda de dados e informações relacionadas a terceiros.
À medida que o mundo se move em direção a uma infraestrutura mais compartilhada, as preocupações com segurança tendem a aumentar. As empresas devem oferecer serviços de segurança tanto como um diferencial competitivo quanto como um serviço pago dentro e fora do ecossistema digital.
RACIONALIZAR A ESTRUTURA DE CUSTOS – As empresas precisam usar analytics para identificar ineficiências operacionais e reduzir custos, otimizando os processos da cadeia de suprimentos, o uso dos recursos disponíveis, a detecção de fraudes e a modelagem de riscos.
Uma segurança aprimorada pode ajudar as empresas a economizar custos decorrentes do roubo e da recuperação de dados. Também pode ajudar as empresas a minimizar as perdas decorrentes de interrupções nos negócios e danos à marca.
AUMENTAR A VELOCIDADE DA ADOÇÃO DE TECNOLOGIA – Com o aumento do volume e da variedade de dados teoricamente disponíveis, mas não facilmente acessíveis para processamento e analytics, as empresas podem trabalhar para aumentar a adoção de recursos e soluções de big data, se elas se concentrarem na harmonização e preparação de dados provenientes de ambientes distintos para seus clientes.
As empresas que oferecem principalmente serviços devem investir no aprimoramento da segurança de suas soluções para atender às preocupações dos CIOs e incentivar o aumento da adoção das inovações tecnológicas.
Metodologia
O ecossistema digital compreende um vasto universo de negócios de TMT, que fornecem, por sua vez, uma ampla gama de produtos e serviços. Começamos com um conjunto de mais de 11.500 empresas de TMT do banco de dados CompuStat, aplicamos uma metodologia de seleção que resultou em um conjunto final de 1.512 empresas e usamos o Global Industry Classification Standard da Standard & Poor’s para classificar essas empresas em 25 segmentos mutuamente exclusivos. Para estudar o impacto das mudanças na tecnologia e na estrutura de negócios, agrupamos esses segmentos em cinco setores: conteúdo, software, hardware, rede e serviços.
Atribuímos empresas concorrentes em vários setores/segmentos a um único setor/segmento dominante com base em seu negócio que mais gera receita. Para apoiar nossas classificações, também realizamos pesquisa primária (entrevistas com especialistas no assunto) e pesquisa secundária (relatórios do setor e estudos de caso).
Sobre os autores
Mumtaz Ahmed é diretor de Estratégia da área de Consultoria Empresarial da Deloitte EUA. Ele é o coautor, com Michael Raynor, do livro “The Three Rules: How Exceptional Companies Think” (New York: Penguin, 2013).
Ragu Gurumurthy é diretor do grupo de inovação da Deloitte EUA e conduz os esforços gerais de inovação nas unidades de negócios da Deloitte no país.
Gaurav Khetan é analista sênior da Deloitte Services India Pvt. Ltd. Ele está envolvido na realização de pesquisas e análises com foco na indústria de tecnologia, mídia e telecomunicações.