Auditoria Interna no Brasil
Pesquisa da Deloitte em parceria com o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA) examina os pontos de vista individuais de membros de comitês de auditoria interna sobre as necessidades e expectativas da função em tempos de turbulências nos negócios.
Novembro | 2020A pesquisa “Auditoria Interna no Brasil 2020: Percepções e expectativas dos membros de Comitê de Auditoria”, realizada pela Deloitte em parceria com o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA), apresenta os resultados do levantamento realizado com 140 comitês de auditoria interna de 20 países, incluindo o Brasil, e analisa o que presidentes e membros de comitê e conselhos da área realmente desejam, precisam e esperam de suas funções.
O relatório aborda as contribuições dos participantes sobre questões críticas enfrentadas pelas organizações durante o período de crise e o papel que a auditoria interna deve desempenhar para resolvê-las. As intensas transformações ampliaram as perspectivas, além de estimular novos insights nos líderes.
A auditoria interna deve se mover em direção a um trabalho mais consultivo
Dos pontos destacados, 70% dos entrevistados afirmam que a auditoria interna deve dedicar mais tempo às atividades consultivas, ao passo que 92% declaram que a auditoria interna deve fornecer informações para apoiar as organizações a se prepararem para riscos emergentes. A área precisa se estruturar para solucionar as pautas mais urgentes, ao invés de simplesmente evitá-las.
No atual cenário de negócios, e considerando os desafios existentes, a auditoria interna ganha ainda mais relevância para atender às crescentes expectativas dos níveis executivos e dos comitês de auditoria nas organizações onde atuam. Isso pode representar oportunidades para reforçar a importância dessa função e de sua capacidade de agregar valor por meio de uma visão abrangente e voltada aos objetivos de negócios., Paulo Vitale, sócio de Risk Advisory da Deloitte.
Eleve seu time com habilidades complementares e não tradicionais
A auditoria interna precisa formar equipes que busquem o sucesso, tanto dentro quanto fora da função, com o objetivo de impulsionar o progresso das organizações. Para 96% dos entrevistados, é importante que a área saiba ampliar seu conjunto de habilidades técnicas, pessoais e de negócios. No Brasil, por exemplo, é preciso desenvolver capacidades para priorizar aspectos executivos e de governança, uma vez que o avanço da tecnologia tem exigido novos tipos de abordagens como riscos cibernéticos e adoção de inteligência artificial e automação.
Para alcançar o êxito na aquisição de talentos, os líderes podem pensar em como recrutar “purple people”, além dos conjuntos de habilidade não tradicionais, tendo em mente sempre o conceito de “equipes do futuro” e não mais “auditores do futuro”. O investimento em soft skills é outro ponto estratégico para que as equipes possam navegar no mundo consultivo da auditoria interna.
Aproveitando a tecnologia para realizar mais com um orçamento fixo
Considerando o aspecto da tecnologia, os grupos de auditoria interna com maior impacto não necessariamente são aqueles com um maior orçamento. Os líderes precisam evitar algumas ideias pré-dispostas como “fazer mais com menos” ou “fazer diferente com menos”. Poucas organizações encaram o orçamento como uma barreira ao aumento do impacto da auditoria interna (9%).
No cenário brasileiro, as projeções são que as demandas de auditoria interna continuem aumentando, e isso de alguma forma não afetará as propostas de orçamento. A expectativa é que a área conte com as contribuições tecnológicas e a priorização de iniciativas, inovação e desenvolvimento do potencial das equipes.
Promover a confiança e uma comunicação aberta impulsionará o progresso
Já no fator cultural, a missão de promover a confiança e as comunicações abertas amplia a oportunidade de impulsionar o progresso na auditoria interna – que tem um papel ativo nesse aspecto – seja ajudando em melhorias, trabalhando mais de perto com a gestão ou refletindo sobre como os resultados de trabalho de inteligência artificial podem ser posicionados de uma forma que incentive questões de controle a serem levantadas e tratadas.
Oitenta e seis por cento dos entrevistados destacam que a gestão é incentivada a apresentar problemas e descobertas ao comitê de auditoria, mas as barreiras institucionais geralmente impedem que isso aconteça.
Informe tempestivamente as partes interessadas sobre as preocupações emergentes antes que atinjam níveis críticos
A prática de uma comunicação clara e objetiva deve integrar a auditoria interna de forma definitiva – é preciso adaptar os resultados para informar tempestivamente as partes interessadas sobre preocupações emergentes, antes que se tornem críticas. Sessenta e três por centro analisam que a auditoria interna deve reportar seus resultados com mais rapidez, e que gostariam de melhorias nas mensagens, apresentações, acessibilidade e interatividade nos relatórios.
A amostra brasileira mostrou que os entrevistados têm um olhar otimista em relação à inovação na forma de executar os trabalhos e reportar resultados. Os líderes ouvidos pontuam que é importante estabelecer protocolos bem definidos para que as informações críticas e imediatas cheguem rapidamente aos comitês.
Leia e saiba mais sobre o tema no artigo: Desenvolvendo a auditoria interna do futuro