Novo ciclo para o Brasil
Pesquisa inédita da Deloitte aponta que empresas estimam, para 2017, crescimento de receitas e retomada gradual dos investimentos. Entre os setores que devem impulsionar o novo ciclo, estão infraestrutura e construção civil.
Outubro-Dezembro | 2016É de se esperar que, após as turbulências que o Brasil enfrentou nos campos econômico e político nos últimos anos, haja muito a ser feito para que o País reencontre o caminho para a plena evolução de seu ambiente de negócios. E os primeiros passos nessa direção, ao que parece, já começam a ser dados – por meio da demonstração de maior confiança por parte dos agentes de mercado. Com boas doses de cautela e realismo, é verdade, mas já indicando uma trajetória positiva.
Quem dá esse tom são nada menos do que representantes de 746 empresas que foram entrevistadas pela Deloitte para um levantamento inédito e abrangente sobre as perspectivas das organizações para o próximo ano. A pesquisa “Agenda 2017” identificou prioridades e expectativas de um grupo de empresas, de todos os portes, segmentos e regiões do Brasil, que somam R$ 1,6 trilhão em receitas líquidas. Para se ter uma ideia da representatividade dessa amostra, o Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo Banco Central do Brasil para o período de 12 meses encerrado em setembro de 2016, foi de R$ 6,1 trilhões.
Essas empresas sinalizam uma previsão de crescimento em suas receitas e também a retomada gradual dos investimentos no País, que impactará de forma distinta cada setor. Os segmentos de infraestrutura e construção civil, por exemplo, deverão estar na proa desse processo, uma vez que preveem aumentar investimentos, e também as receitas, em relação ao ano anterior.
“Essa percepção das empresas é positiva, já que infraestrutura e construção são áreas geradoras de postos de trabalho e mobilizadoras de vultosos recursos. Assim, podemos imaginar boas perspectivas e uma mudança importante de cenário em relação à geração de emprego e renda”, avalia Othon de Almeida, sócio da Deloitte que lidera a abordagem de Market Development.
A geração de emprego deve ganhar fôlego em 2017, depois de um período com altos índices de desemprego – e a busca por profissionais mais qualificados será a tônica das contratações a serem feitas.
Os insights desse estudo serão de imenso valor para que os agentes de mercado compreendam a conjuntura e se posicionem diante dos desafios de um novo Brasil., Othon de Almeida, sócio da Deloitte que lidera a abordagem de Market Development.
O interesse em investir no lançamento de novos produtos e serviços e na substituição de máquinas e equipamentos indica que, após um período de contenções, as empresas devem retomar os aportes represados para melhorar a sua gestão operacional.
As empresas vão priorizar a gestão administrativo-financeira, mantendo foco na geração de resultados e na melhoria da produtividade. “É bastante compreensível que, nessa fase de transição, as empresas mantenham foco no aprimoramento das práticas financeiras e administrativas. Porém, mesmo em um momento como o atual, as organizações não devem descuidar da eficiência nos controles sobre a gestão”, destaca Othon de Almeida.
Na pesquisa, gestão de riscos e controles internos surgem como grandes alvos para 2017. Os gestores também evidenciam a intenção de priorizar a adoção de melhores práticas de governança corporativa, já que boa parte dos entrevistados aponta não ter implementado ainda importantes instrumentos da área.
“Os insights desse estudo serão de imenso valor para que os agentes de mercado compreendam a conjuntura e se posicionem diante dos desafios de um novo Brasil”, conclui o sócio da Deloitte.