A revolução interna nas organizações
Para CEO da Deloitte no Brasil, Indústria 4.0 precisa entrar na agenda das decisões empresariais.
Janeiro-Março | 2018Os impactos da Quarta Revolução Industrial em países como o Brasil tendem a ser peculiares e maiores que em outras regiões do mundo, por razões históricas diversas. É preciso considerar, antes de tudo, que o País ainda não tinha concluído plenamente o ciclo anterior de desenvolvimento industrial quando o setor de serviços começou a dominar a nossa economia. Enquanto isso, mercados emergentes despontavam rapidamente como potências industriais, crescendo em sintonia aos processos disruptivos. Por estes e tantos outros fatores, o nosso desafio de competir em meio a uma nova revolução industrial, que permeia canais físicos e digitais e conecta operações de uma maneira nunca antes vista, é importante e traz preocupações.
Precisamos então de um esforço significativo de adaptação, que abrange endereçar nosso atraso de infraestrutura pública, mas que vai também muito além dele. Não se trata apenas de adotar novas tecnologias, investir em ferramentas digitais ou qualificar mão-de-obra. A mudança impõe repensar a própria estratégia de negócios das organizações em sinergia com esse movimento do cenário externo, que não tem mais fronteiras de impacto. Essa jornada requer, sobretudo, uma transformação de negócios completa, que reflita uma visão holística.
Por outro lado, o Brasil tem a oportunidade de mostrar, mais uma vez, que o nosso desenvolvimento não passa necessariamente por uma evolução linear, como em outros países. Nós podemos encontrar alternativas e soluções originais, que reflitam a realidade de nossas experiências e nos permitam navegar na nova era industrial levando conosco a essência do que somos. Para isto, porém, precisamos garantir que a Indústria 4.0 entre efetivamente na agenda central da estratégia das nossas empresas. Vamos encará-la principalmente como uma oportunidade de trazer ganhos econômicos, empresariais e sociais para empresas, profissionais, governos e toda a sociedade, no curto, médio e longo prazos.
Tenham todos uma ótima leitura!