Novidades que vão impactar a sua empresa
Inovações em tributos, transformação econômica e governança em organizações estatais são alguns dos destaques dessa edição.
Outubro-Dezembro | 2018Mais inovação e inteligência para Tax
Para aumentar competitividade e eficiência, a área tributária das organizações passa a investir cada vez mais em novas tecnologias, incluindo a robotização
As áreas tributárias das empresas têm se deparado com uma série de mudanças nos últimos anos. A maior parte delas deriva do aumento do uso de tecnologia nos negócios, além de questões relacionadas à alta competitividade e a regulamentações mais rigorosas, em um ambiente de negócios cada vez mais globalizado.
A partir disso, o papel do profissional de tributos evolui em conjunto com o próprio mercado. Com a mudança de foco para a tecnologia, o perfil das pessoas que atuam na área também se reinventa.
Para que os especialistas tributários possam se dedicar a outras tarefas, que necessitam de um olhar mais estratégico, a robotização é uma tendência tecnológica que auxilia esses profissionais em tarefas repetitivas e baseadas em normas.
A utilização de um robô (software) para a conciliação de informações entre obrigações acessórias é um exemplo. Assim, a abrangência, assertividade e rapidez na conciliação de informações permite ao profissional investir tempo apenas nas exceções. Desse modo, o processo de automação influencia significativamente questões como eficiência na obtenção de dados, menor taxa de erros e, consequentemente, diminuição de custos.
Aumentar a produtividade e a eficiência da área tributária da organização depende diretamente do uso cada mais intensivo da tecnologia, da assertividade na aplicação das regras fiscais e da revisão de processos internos., Gustavo Rotta, sócio da área de Consultoria Tributária da Deloitte.
A economia comportamental e suas implicações
O Prêmio Nobel de Economia de 2017 foi dado ao norte-americano que rebateu as tradicionais teorias de comportamento econômico
Enquanto as principais teorias econômicas do século 20 presumiam que as pessoas se comportavam de forma racional em suas tomadas de decisão, Richard H. Thaler, professor da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, se arriscou ao ir na direção contrária. Os seres humanos, segundo ele, são irracionais no que se refere ao comportamento econômico, mas, ainda assim, adotam um padrão coerente.
Por sua contribuição e pioneirismo nesse ramo de pesquisa, o professor norte-americano foi laureado com o Prêmio Nobel de Economia. Para o comitê do Nobel, a teoria de Thaler explica como as decisões financeiras são simplificadas pelas pessoas, que acabam se concentrando na consequência limitada de cada escolha e não no seu efeito mais geral.
Diante disso, os estudos indicam que políticas públicas são diretamente influenciadas pela chamada “economia comportamental”. Richard H. Thaler nasceu em 1945 em East Orange, New Jersey (EUA), e trabalha na Faculdade de Administração da Universidade Booth de Chicago.
Este novo modelo de pensamento é útil para entender não somente o impacto do comportamento nas políticas econômicas, mas também é importante para as organizações compreenderem a extensão de suas estratégias de negócios. Certamente, o tema instigará mais pesquisas e uma maior percepção de como consumidores, empresas e reguladores se comportam em resposta a vários tipos de estímulos., Ira Kalish, economista-chefe global da Deloitte.
Governança na gestão de empresas estatais
Entre os pontos da chamada “Lei das Estatais”, está a previsão de que as empresas adotem regras e práticas de gestão de riscos e controles internos.
A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, lançou, no início de novembro, o Indicador de Governança. O instrumento mede a maturidade de gestão das estatais federais de controle direto da União e contempla critérios como gestão e controle, transparência e informação, além do funcionamento dos órgãos de governança na empresa.
O índice, que terá ciclos de avaliação a cada três meses, está vinculado à Lei de Governança das Estatais e ao estabelecimento de novas políticas, procedimentos e melhores práticas dessas empresas.
A nova regulamentação estabelece aspectos de governança e de licitação nas empresas estatais federais, com regras específicas para organizações de menor porte e maior detalhamento de mecanismos e estruturas de transparência e governança.
O prazo para a adequação às novas regulamentações é junho de 2018.
As empresas estatais estão diante de uma grande mudança, que deve levar a uma transparência maior de suas informações operacionais e financeiras e também a uma governança mais bem estabelecida., Paulo Vitale, sócio da área de Risk Advisory da Deloitte.
Segurança cibernética em discussão para instituições financeiras
Proposta de regulamentação chama a atenção para uma abordagem preventiva e mais robusta sobre o tema
O Banco Central do Brasil submeteu à consulta pública entre os meses de setembro e novembro de 2017 uma proposta de resolução sobre segurança cibernética aplicada ao setor financeiro. Dessa maneira, a instituição visa a encorajar organizações financeiras a implementarem política de segurança cibernética, incluindo processos, controles e tecnologias robustos para lidar com ataques cibernéticos, sejam internos ou externos.
Nesse contexto, a definição de um diretor responsável pela política de segurança cibernética, como é o caso do CISO (Chief Information Security Officer) e o estabelecimento de plano de resposta a incidentes cibernéticos, incluindo comunicação de casos relevantes ao Banco Central, são extremamente importantes para as organizações se adequarem às proposições.
Além disso, as empresas também devem se atentar a outro ponto da proposta: a contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados em nuvem. A instituição deve observar os padrões de segurança para garantir a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados. Adicionalmente, a proposta do Banco Central veda a contratação de serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e computação em nuvem no exterior.
A partir da publicação dessa regulamentação, feita com base nos feedbacks recebidos no período de consulta pública, todas as organizações do setor terão 180 dias para se adequarem às mudanças, que poderão ser fiscalizadas tanto pelo Banco Central quanto pela área de auditoria interna das empresas.
As organizações financeiras, especialmente aquelas de menor porte, têm um grande desafio à sua frente para se adequarem à nova proposta de regulamentação de segurança cibernética. É imprescindível avaliar rapidamente quais são as lacunas em relação à resolução, estruturar um plano de ação e executar as atividades nos próximos meses., Eder de Abreu, diretor da área de Cyber Risk Services da Deloitte.