Transformação pela infraestrutura
CEO da Deloitte Brasil aborda o potencial do setor para a retomada da economia do País
Julho-Setembro | 2017Seja bem-vindo a mais uma edição da Mundo Corporativo, a revista eletrônica da Deloitte que compartilha informação e análise para decisores e formadores de opinião.
Apesar das dificuldades econômicas dos últimos anos, o Brasil continua um mercado relevante nos planos das grandes multinacionais e dos investidores globais. Temos observado claramente que os agentes de negócios locais e internacionais vêm se descolando sistematicamente dos percalços mais recentes da conjuntura brasileira, ao colocarem em prática uma agenda própria de desenvolvimento, que tende a promover saídas para o País.
No entanto, o investimento privado requer garantias de longo prazo e, sobretudo, segurança jurídica, o que vai além da superação de ciclos pontuais de instabilidade política e econômica.
Quando olhamos para o contexto da infraestrutura brasileira, com seus problemas históricos e que afetam diretamente a competitividade nacional, contar com melhores marcos regulatórios ajuda a oferecer essa garantia, mas não basta. É preciso pensar toda a transição do País para um modelo de fomento ao investimento, com ampla participação do setor financeiro privado.
Ou seja, não se trata apenas de mapear concessões e leilões. É necessário identificar oportunidades e construir soluções em que a iniciativa privada possa contribuir diretamente na geração de negócios e na organização do mercado, para que se torne atraente a investimentos. Até pelas suas lacunas, são muitos os setores que oferecem perspectivas nesse sentido: mobilidade urbana, petróleo e gás, mineração, energia, ferrovias, aeroportos, telecomunicações e saneamento.
Para endereçarmos adequadamente o problema da infraestrutura no Brasil, temos de priorizar algumas ações. A primeira delas é a integração efetiva de todas as esferas do setor público, promovendo melhor sincronia nos investimentos, nas providências operacionais e no estabelecimento de marcos regulatórios – principalmente entre as instâncias dos governos Federal, Estaduais e Municipais.
Outra medida essencial é a definição e consolidação de novos marcos regulatórios, nos mais diversos setores da infraestrutura. Regras mais claras deixam setores como o de energia muito atraentes aos olhos dos investidores estrangeiros de longo prazo – justamente aqueles mais resilientes às instabilidades e que possuem projetos consistentes para o desenvolvimento de nosso país.
Inspirar-se em experiências internacionais de países que criaram bases institucionais sólidas para o investimento privado e aprimorar os mecanismos que asseguram a boa governança e sustentabilidade também compõem a receita para impulsionar os negócios nessa área.
Esta edição da Mundo Corporativo apresenta conteúdos que tratam desses caminhos para estimular os investimentos em infraestrutura, setor-chave para a retomada do desenvolvimento de nossa economia.
Temos convicção de que nosso enorme potencial de recursos naturais e humanos, aliado a esse conjunto de medidas estruturais, pode criar um ambiente favorável e de confiança para fomentar negócios e uma recuperação econômica consistente no Brasil.
Boa leitura!